Vida estranha

Estranha  vida.
Estranhos caminhos...
Nas entranhas ou na periferia,
lua cheia, vida vazia.
Mente profana.
Alma divina.
Na luta insana ou na alegria,
sou crônica, drama, poesia.
Dor insistente.
Cura distante.
No peito, devaneio e agonia.
Incômoda chama, pele fria.


Estranha  mente.
Vida profana.
Alma divina.
Mente que engana.


Anna Gonçalves                                                              

Em mim

Minha solidão

ligeiramente claustrofóbica

ingenuamente melancólica

levemente deprimida.

Observo meus próprios caminhos
no percurso, no trânsito...
meu reflexo perdido
escondido no asfalto.

Calada, minhas palavras
não ferem, não enganam,
não amam e não deságuam
torrentes descontroladas.
Posso cantar,chorar,
tremer, suspirar...
sou a verdade que doa
a mim, se doer.

Sozinha me vejo
diante de minha irmã
sombra, que me visita
e me aguarda pacientemente
resolver minha rotina.
Dela não escapo, embora tente.

Ela me espreita...

que sujeita insistente!!

Anna Gonçalves